«Sempre me chamaram de maria-rapaz durante a minha mocidade. Costumava brincar com os rapazes e tinha poucos colegas do sexo feminino. No entanto, não estava minimamente disposta a cortar os meus longos cabelos, sob pena de sacrificar a minha feminilidade. Fiquei a matutar nisso durante anos a fio até que, este ano, mais precisamente no mês passado, lá tomei a minha derradeira decisão.
Já estava mais que na hora de arranjar um corte de cabelo que assentasse que nem uma luva na minha personalidade. Conservei aquele ar de maria-rapaz, admito, mas também não fui assim tão radical. A ideia era jogar com o lado masculino-feminino que um corte curto me pudesse dar. Como a tendência do inverno passado eram os cortes de cabelo curtos, andei a pesquisar, à procura de um que me agradasse. Constou-se-me que o corte “boyish” seria exatamente o mais indicado para o meu gosto. O corte é curto, mas não dá necessariamente um ar arrapazado. Por tratar-se de um penteado que permite preservar algum comprimento e que confere volume, até posso optar por uma franja lateral. Uma mistura astuciosa dos dois géneros.
Depois de fazer uma marcação no salão para explicar ao meu cabeleireiro o que pretendia, este indicou-me um corte boyish tendencialmente comprido. Era da maneira que eu podia decidir aquilo que me apetecesse fazer ao meu cabelo consoante os dias: um “penteado-despenteado” ou, pelo contrário, um penteado mais sóbrio. Posso, portanto, estilizar o meu penteado com um
produto estruturante. No dia-a-dia, opto por
uma noz de gel, que espalho pelos cabelos. Tenho o cuidado de trabalhar todas as mechas, uma por uma, sob pena de apresentar um corte demasiado rebelde. Adoro o meu novo penteado!»
© Pixelformula / Desfile Burberry Prorsum pronto-a-vestir, primavera-verão 2014 © Jean Louis David